ALASCA: IMENSIDÃO (NEM SEMPRE) CONGELADA

Por M.C.Carvalho
Fotos: J.A.Carvalho

Dando continuidade aos posts sobre o Alasca, hoje você vai ter uma visão geral sobre esse estado (ainda) desconhecido dos brasileiros.

O Alasca

Para começar, o Alasca é .................longe!!! São 13.000 km de São Paulo e inúmeras possibilidades de conexão, a maioria com duas escalas: a sugestão é passar alguns dias no porto de partida para aclimatar-se ao fuso (são cinco horas de fuso entre SP e o Alasca no verão americano, quando eles estão com o horário de verão por lá) e amenizar o cansaço antes de partir. Tanto Vancouver, nosso ponto de partida, como São Francisco ou Seattle oferecem ótimas atrações para toda família.

O objetivo dos cruzeiros é explorar a parte sul do território conhecida como o sudeste do Alasca ou “the panhandle” –literalmente “cabo da panela” – o apelido fica fácil de se entender observando-se o mapa abaixo. O sudeste do Alasca é uma região fronteiriça com o Canadá (província de British Columbia) que avança ao norte entre inúmeras ilhas e canais, conhecido como “Inside Passage” ou passagem interna. É onde se encontra a capital do estado: Juneau.


Alasca vem da palavra Alyeska, quesignifica “The Great Land”, terra grandiosa. Apresentada ao mundo pelos russos que exploraram o comércio de pele de lontras (sea otter em inglês) até praticamente provocar o desaparecimento da espécie na região, a grande terra foi vendida aos americanos no final do século XIX por meros US$ 7 milhões e tornou-se o 49o. estado americano há apenas 50 anos em 1959. Não mais de 650.000 pessoas moram no estado hoje, a maioria nas cidades de Anchorage, Fairbanks e na capital Juneau.

Arte do povo Tinglit:
totem em Ketchikan
Uma palavra sobre esquimós: para os amigos desavisados que no seu retorno teimarem em questioná-los sobre os esquimós que vocês viram, vale avisar que a palavra “esquimó” é pejorativa e encontra-se em desuso. O povo conhecido mundialmente como esquimó habita o extremo norte do Alasca, acima do Círculo Polar Ártico (CPA), onde fica aquele Alasca gelado do imaginário popular, e é conhecido agora como Inuit. Esquimó era o nome dado a eles pelo povo que habitava a região centro-sul do Alasca. Na língua deste povo, esquimó significa “gente que come carne crua”, uma alusão nada gentil aos hábitos alimentares do povo Inuit, que comia seus alimentos crus. No sudeste do Alasca não há Inuits, ou seja, não há esquimós! O povo que habitava esta região era majoritariamente os Tinglits, famosos por sua rica cultura e seus totens.

Na área da Inside Passage são cerca de 60.000 habitantes espalhados em uma multitude de ilhas e recantos. Os principais portos que recebem os navios de cruzeiro incluem: Ketchikan, Juneau, Skagway, e Sitka. Toda a navegação pela Inside Passage é considerada cênica – boa parte dos cruzeiros contam com antropólogos ou naturalistas a bordo que oferecem palestras e discorrem sobre os trechos principais do percurso.

Glaciar Hubbard
Alguns cruzeiros incluem ainda a possibilidade de observação do Glaciar Hubbard e do Fiorde Tracy Arm que oferecem algumas das mais belas paisagens do sudeste do Alasca. Para mais informações sobre a Inside Passage vale rever o blog da renomada autora Terry Breen, antropóloga e expert no Alasca que acompanhou nossa viagem a bordo do Seven Seas Navigator: http://www.cruiserfriendly.com/. Seu livro “The Cruiser Friendly Onboard Guide to Alaska’s Inside Passage” apresenta em detalhe tudo o que você pode esperar desta viagem.

Passeio de kayak em Sitka, uma das
muitas aventuras disponíveis
Um cruzeiro no Alasca é muito mais do que ficar a bordo e olhar para a paisagem - apresenta oportunidades para você desembarcar e conhecer um pouco da fauna e da flora desta grande terra. Em dez dias de Alasca andamos de navio, zodiac, lancha, balsa, aviãozinho, hidroaviãozinho, trem, bicicleta, kayak, ônibus, van, quadriciclo. E podíamos ainda ter incluído helicóptero, dogslegde. Por isso, muito importante é o planejamento dos passeios em terra disponíveis: peça ao seu agente uma lista de todos os passeios, analise com cuidado e reserve com antecedência, alguns passeios são muito concorridos e se esgotam meses antes do cruzeiro zarpar.

Lembre-se de perguntar sobre o grau de dificuldade exigido – principalmente se viajar com crianças, do tempo discorrido (às vezes é possível encaixar dois passeios no mesmo porto), das taxas e condições de cancelamento . Há grande variedade de opções, nós procuramos mesclar entre paisagens e observação de vida animal (águias, ursos, baleias, lontras), aventuras (hidroavião e kayak) e atividades familiares (pescaria e caminhadas). Nos passeios da Regent há sempre menção às opções de refeição disponíveis em cada passeio e, enquanto uns podem incluir verdadeiros piqueniques “gourmet”, outros envolvem uma simples “lunchbox” com uma fruta, sanduíches e barras de cereais.

Semana que vem tem mais! Conheça em mais detalhe os portos de parada do navio e as opções de passeios oferecidas em cada um.


Comentários

  1. uau, super legal - voce parece uma escritora de revistas de viagem. Explicacoes excelentes, claras, dicas indispensaveis. Da proxima vez que eu for viajar, vou ler seu blog antes. bjs

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  2. Patricia, obrigada pelo comentário! Esse post que vc leu foi nossa colaboradora quem escreveu. Como se vê, ela leva jeito pra coisa! Esperamos que com elogios como o seu ela se anime pra escrever mais coisas, pois experiência com viagens é q não falta, né?

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  3. como entro em contato com vc para falar sobre o Alaska?

    Camille Medeiros

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    1. Camille,
      Pode postar suas dúvidas aqui mesmo, nos comentários, ou enviar um email para familiarecomenda@gmail.com.

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  4. Eu e minha familia gostaria de saber como ir morar no Alaska, casa, trabalho, escola,como alugar ou comprar uma casa, um terreno , ou seja ficar no Alasca eu minha esposa e cinco filhas,me ajuda, sou Pedreiro, eletricista, faço Montagem, manutenção e reparo em computadores e cozinheiro mais acho que não tenho o suficiente em dinheiro para irmos todos Juntos, pode me ajudar?

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    1. Para você ir morar no Alasca, com certeza a primeira providência será ir ao consulado dos Estados Unidos obter informações. Nosso blog é de dicas de viagens, portanto não temos informações sobre emigração, mas no consulado poderão te ajudar. Boa sorte!

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  5. Eu sou apaixonada pelo Alaska, nunca visitei, é um dos meus sonhos. Fico assistindo NatGeo, onde mostra a entrega de suprimentos para pessoas que moram no interior do estado, as corridas de cachorros, acho tudo tão lindo!
    Vc escreve mto bem, deveria escrever para revistas de viagens!!bju

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