EXPLORA PATAGÔNIA: MORDOMIAS NO FIM DO MUNDO

Nossa viagem foi assim:
Época: janeiro *****
Hotel: Explora Patagônia *****
Faixa etária das crianças: 9-12 *****



A Patagônia sempre esteve na nossa lista de lugares obrigatórios para visitar. Trata-se de uma grande área ao sul de Chile e Argentina, mas na nossa imaginação obrigatoriamente incluiria uma visita a um lugar em particular: as imponentes torres de granito do Torres del Paine, no Chile. Para nós, essa era - e ainda é - a imagem da Patagônia por excelência.

Passarelas que circundam o hotel, com vistas espetaculares.

Já postamos sobre nosso cruzeiro pela Terra do Fogo - o arquipélago que forma a ponta mais ao sul do continente americano - e ao Cabo Horn (para ler nossas postagens, clique aqui). Esse cruzeiro foi a primeira parte de nossa viagem à Patagônia. Ao desembarcar em Punta Arenas, pegamos a van do hotel Explora e fomos rumo ao Parque Nacional Torres del Paine.

Podemos dizer que a combinação de cruzeiro e Explora Patagônia foi perfeita. Somando as duas estadias, o conjunto de paisagens que vimos resume bem a quintessência da Patagônia: geleiras, fiordes, picos gelados, torres de granito, lagos azuis e trilhas serpenteando por colinas castigadas pelo vento incessante.

"Cuernos", os picos que ficam na frente das Torres.

Ao contrário do cruzeiro no Via Australis, em que não havia muitas atividades fisicamente demandantes, o Explora - como o próprio nome denota - prima pelas atividades ao ar livre que oferece. Se você não gosta muito de estar em contato com a natureza (e isso envolve estar no meio de um passeio e começar a chover, caminhar por trilhas de variados níveis de dificuldade, topar com esqueletos de guanacos devorados por pumas, etc), então o Explora NÃO deveria ser sua primeira opção. O próprio local onde ele se encontra - bem no coração do Parque Nacional - é um ímã que atrai famílias, casais e até idosos que gostam de explorar a natureza. Para quem não curte muito, é melhor escolher outro lugar.

No Explora, entretanto, "explorar a natureza" é levado a outro nível. O hotel em si é muito bonito, com arquitetura moderna e aconchegante, todo envidraçado, com acabamentos em madeira clara. Os serviços oferecidos e o atendimento são excepcionais - tudo de bom que já havíamos ouvido falar sobre o hotel é a mais pura verdade! E essa excelência se estende também às explorações e caminhadas oferecidas - e inclusas na diária.


Aliás, todos os serviços de que você vai precisar durante os dias de sua estadia no Explora já estão inclusos no valor da diária: o traslado de Punta Arenas (ou El Calafate), cavalgadas, refeições, caminhadas, lanches de trilha, vinhos excelentes, todas as bebidas... Dói na hora de pagar, mas depois é só alegria!

Aspectos práticos

A reserva pode ser feita através do próprio site do hotel. Nós optamos por utilizar os serviços de uma agência, a Maktour, para facilitar nossa integração entre o cruzeiro Australis e os dias no Explora. Não teria sido necessário, pois na chegada ao terminal em Punta Arenas há uma mesa de atendimento do Explora onde você poderá pegar seu transfer diretamente para o hotel.

No aeroporto de Punta Arenas e de El Calafate também há atendimento e traslado gratuito para o Explora. Punta Arenas é um pouco mais distante do hotel do que El Calafate, mas é a única opção se você chegar à região no cruzeiro Australis como nós. Se chegar de avião, aparentemente vindo por El Calafate o caminho é mais curto. Além disso, você pode aproveitar para conhecer a cidade e o famoso glaciar Perito Moreno. (observação: neste início de 2014 a Argentina está passando por greves e outros problemas que podem impactar sua viagem)

Seja qual for a cidade que você escolher para sua chegada e partida, preste muita atenção ao horário dos voos. Se for chegar muito tarde (depois do meio-dia), fique hospedado uma noite na cidade de chegada (se for El Calafate, fique umas 3 noites para conhecer a região). Na saída, escolha um voo à tarde, ou então fique hospedado uma noite também no final. Isso porque os transfers têm entre 5 e 6 horas de duração, e o primeiro transporte para Punta Arenas, por exemplo, parte às 5h da manhã. Se seu voo for antes das 12h, corre o risco de perdê-lo no caso de algum imprevisto acontecer.

Uma vez a bordo da van, você pode esquecer todas as preocupações. Você será alimentado, carregado, guiado e paparicado o tempo todo. A única coisa que você precisará fazer será escolher os passeios e - inevitável - caminhar ou cavalgar!
Piscina aquecida. Tem também jacuzzis na área externa.

No primeiro dia em que você chegar ao Explora, provavelmente não terá tempo para fazer nenhum passeio guiado. Você receberá orientações (horário, local, etc) para uma palestra sobre o hotel e as atividades. Basicamente, você deverá estar no lobby/bar do hotel todos os dias por volta das 19:30, 20:00, para conversar com um dos guias e escolher o passeio do dia seguinte.

Então, ao chegar ao hotel, você provavelmente só poderá dar uma volta pelas trilhas e passarelas ao redor, que por sinal são muito bonitas, e quem sabe dar um mergulho na piscina do hotel, que é uma delícia. Dica: a piscina fica um pouco afastada do prédio principal, então para levar as crianças até lá (e trazê-las de volta), só de roupa mesmo! Leve o calção e o biquíni para se trocar no vestiário.

Os tipos de passeios disponíveis

Quando encontrar os guias diariamente para planejar o dia seguinte, seja bem claro a respeito do que você deseja: quer uma caminhada fácil, quer um desafio, uma cavalgada, quer dois passeios de meio dia para poder almoçar no hotel, etc. Assim o guia poderá lhe oferecer as opções que melhor se encaixam no seu perfil.


Ele explicará o passeio a ser feito e mostrará a área visitada em um mapa. Se você não gostar da opção oferecida, continue pedindo mais indicações. Eles têm uma infinidade de passeios todos os dias, mas geralmente começarão explicando aqueles que mais combinam com o que você solicitar. Podemos classificar os passeios em alguns tipos para ajudar você a ter uma ideia do que vai encontrar:

1. Caminhadas de meio dia: você poderá escolher o nível de dificuldade, mas há muitas caminhadas fáceis e que podem ser feitas por crianças. Obviamente devem ser crianças que curtam a natureza, que tenham uma certa disposição para caminhar e não se incomodem com vento e uma chuva eventual. Você poderá conciliar um passeio de manhã e outro à tarde, parando no hotel no meio do dia para almoçar no restaurante (vale a pena, a comida é muito boa).

Lago Sarmiento é uma das opções de meio dia.

2. Caminhadas de dia inteiro: geralmente têm um grau de dificuldade mais alto, mas algumas são mais difíceis (por exemplo a caminhada até a base das Torres del Paine), enquanto outras são longas mas aparentemente mais fáceis (como Glaciar Grey). Só leve crianças a caminhadas de um dia inteiro se gostarem bastante de caminhar e tiverem resistência. O vento constante e chuvas ocasionais podem tornar o programa cansativo e impróprio para crianças menores. O hotel fornece lanche para comer durante a caminhada. No nosso passeio (somente um dos adultos foi na trilha à base das Torres), foi servido um delicioso sanduíche de salmão defumado.

Piquenique na base das Torres.

3. Cavalgadas: a primeira cavalgada sempre é bem pertinho dos estábulos para o "gaucho" (que cuida dos cavalos e guia os passeios) sentir o seu nível de habilidade. Mas não se acanhe! O nosso nível de habilidade era bem próximo de zero, e mesmo assim acabamos fazendo 3 cavalgadas em 4 dias. Os passeios são deslumbrantes, em meio a prados verdinhos e cheios de flores, com picos nevados ao fundo e lindos vales de rios... Parece até poema brega, mas não é! É, isso sim, a mais pura verdade sobre a paisagem do Torres del Paine. Se você já for bem experiente com cavalos, no segundo passeio pode pedir para se juntar a um grupo com mais habilidade e fazer cavalgadas mais exigentes. Até onde pudemos ver, todas as cavalgadas são de meio dia. Algumas das mais interessantes ficam pertinho do Quincho, que é um barracão onde é feito o churrasco (delicioso, por sinal).


Se você gosta muito de trilhas e tem bom condicionamento físico, não deve perder a caminhada mais emblemática do parque, mas que também é uma das mais difíceis: a subida à base das Torres del Paine. Ela é a primeira "perna" de uma caminhada que desenha um W, ziguezagueando pelo meio das torres, pelo Vale do Francês e terminando próximo ao Glaciar Grey. Para fazer a caminhada toda é preciso cerca de 5 dias, pernoitando em abrigos. Mas ficando no Explora é possível visitar os 3 principais pontos do circuito W em 3 caminhadas diferentes: Valle del Francés, Glaciar Grey e Base de Torres del Paine. Nós fizemos a base das torres, que é uma escalaminhada, bem íngreme em alguns pontos e que beira alguns precipícios em outros, portanto não adequada para crianças pequenas.

Essas caminhadas, especialmente a Base das Torres, não são oferecidas normalmente a todos os hóspedes. Você tem que especificar ao guia que tem vontade de fazê-las - e disposição e preparo físico também! Caso contrário, poderá ficar nem sabendo que existem!

Se sua família gostar de animais, existe uma região do parque onde há maior concentração de guanacos, condores e até pumas. Peça para seu guia indicar quais são as caminhadas que avistam maior quantidade desses animais.

Guanaco.

O parque passou por um grande incêndio há cerca de 2 anos, então nesse meio tempo muitas trilhas permaneceram fechadas. Esses passeios foram substituídos por outros. Agora finalmente as antigas trilhas estão começando a ser utilizadas novamente, e, apesar de muitas partes queimadas e danificadas, são bem aproveitáveis e muito bonitas.


Ouvimos alguns hóspedes reclamarem que as trilhas que fizeram a pé eram compartilhadas por cavalos. Se não quiser pisotear e cheirar cocô de cavalo, pergunte ao guia se na trilha que você escolheu passam os passeios a cavalo!

Todos os dias de manhã a equipe de guias coloca numa lousa as caminhadas e horários do dia. Basta lembrar o nome do lugar onde você vai, e poderá verificar o horário na lousa todos os dias.

Roupas & bagagem

Para enfrentar tantas aventuras ao ar livre, é preciso estar preparado com boas roupas de trilha. Nossa viagem foi durante o verão, então podemos dar dicas de guarda-roupa para essa época do ano. De acordo com os guias e funcionários do hotel, tivemos muita sorte com o tempo. Durante nossa estadia, só tivemos algumas chuvas esparsas; na maior parte do tempo o sol predominou. Mas essa não é a regra: é preciso estar preparado para enfrentar chuvas e viradas de tempo a qualquer hora do dia.

A roupa ideal para as caminhadas é composta por 3 camadas: uma blusa fina (manga longa se você for mais friorento, manga curta se for calorento) de malha ou dryfit, uma malha leve (um fleece fino ou moleton), e um corta-vento. As calças podem ser de tactel ou supplex, próprias para caminhadas. Se o tempo amanhecer muito frio, coloque uma calça fina de malha por baixo. Caso contrário, não precisa vestir a segunda camada.
Uma camiseta por baixo de tudo é imprescindível

As calças não devem ser de tecido muito absorvente (jeans ou moleton estão vetados), pois se de repente cair uma chuva a roupa não secará. O corta-vento impermeável é imprescindível. Ele não deve ser grosso (nada de casaco de esqui), caso contrário você passará calor. Por outro lado, se não o utilizar também corre o risco de ficar encharcado pela chuva e perder muita temperatura do corpo com o vento.

Além da roupa propriamente dita, não é preciso dizer que o chapéu ou boné é imprescindível. Óculos escuros também, bem como protetor solar e botas de caminhada leves (se forem à prova d´água, melhor). Uma mochila pequena para carregar o lanche de trilha e uma garrafa de água também é muito útil. A garrafa em si não precisa levar porque o hotel dá para cada hóspede um squeeze de alumínio bem bacana.

Para circular no hotel, roupas casuais e abrigos leves são suficientes. O restaurante, o bar e as áreas sociais são todos bem aquecidos, dependendo do quão calorento você é dá até para andar de manga curta e bermuda. Já a piscina do hotel fica num anexo a uns 5 minutos de caminhada da sede principal. O ideal é levar a roupa de banho e trocar lá. Depois da piscina, é aconselhável secar bem as crianças e vestir as roupas secas de novo antes de encarar o caminho de volta. Para circular nos arredores do hotel é bom levar um casaco, principalmente por causa do vento.

Alimentação

Um dos pontos altos do Explora é a alimentação. As três refeições do dia são feitas no mesmo restaurante, com janelas amplas e vista para as montanhas. O almoço e o jantar são à la carte, com duas ou três opções de entrada, prato quente e sobremesa. Se você não é de comer muito, as porções servidas são mais que suficientes. Caso você seja bom de garfo, pode achar pouca comida. Mas se você pedir para receber duas entradas ou duas sobremesas eles servem de bom grado.
Restaurante do Explora.

Quanto às crianças, se seus filhos são tão aventureiros com o garfo quanto nas trilhas, não terão maiores problemas para escolher itens do cardápio normal. Se forem do tipo mais seletivo, sempre há alguma opção mais trivial para as crianças, basta perguntar e o garçom lhe dirá as alternativas do dia.

No tempo em que estivemos lá, não vimos repetição nos pratos do menu, nem mesmo nas sobremesas. Nosso filho comeu um pudim de leite no primeiro dia e passou o resto da viagem esperando ele voltar ao cardápio, mas ele não apareceu mais.


O café-da-manhã é servido num buffet, com algumas opções à la carte que você pode pedir para o garçom. O menu das opções do café fica num cartazete no buffet. Não deixe de pedir algo todos os dias, pois geralmente são pratos muito gostosos.

Para os dias em que você estará fora no horário do almoço, explorando ou fazendo caminhadas, o hotel fornece um lanche de trilha que será levado por seu guia. Além desse lanche, numa mesa no local de encontro para as caminhadas, você poderá pegar amêndoas, frutas secas, barrinhas de cereal e chocolatinhos para levar nos passeios. Existem também umas torneiras logo ao lado, onde você poderá fazer o refill de água filtrada no seu squeeze de alumínio.

Nuts e frutas secas para você montar seu lanche de trilha.

Se seus filhos tiverem alguma predileção por lanches específicos (biscoitos, bolinhos, salgadinhos), leve de casa. No hotel não há nada para comprar.

Durante sua estadia, por 2 ou 3 dias será servido um almoço no Quincho. Para desfrutar desse almoço, você deverá reservar um passeio lá perto em um desses dias. Nós fizemos e recomendamos, é um programa bem interessante, apesar de envolver um traslado de van de aproximadamente 1 hora de duração (chacoalha bastante). Ou seja, dura praticamente o dia todo. Mas vale muito a pena, pois o almoço é um churrasco típico da região, feito num fogo de chão, com empanadas chilenas autênticas (a de milho é fenomenal!), saladas, carne de boi, salsichas e, a atração principal, cordeiro patagônico assado lentamente. Se você gosta, certifique-se de pedir especificamente o matambre, a pele crocante e aromática, caso contrário vai receber um pedaço de pernil, macio mas não muito saboroso.

Os passeios que fizemos

Como sempre, vamos relatar um pouco dos passeios que fizemos e nossa opinião sobre cada um deles. Antes de detalhar cada um, no entanto, temos que esclarecer que até mesmo um traslado de van trivial transforma-se numa sucessão de lindas paisagens dentro do Parque Nacional Torres del Paine. Assim, certamente não existem passeios ruins ou lugares feios aqui. O ideal é escolher suas explorações pelo grau de dificuldade e pelas coisas específicas que a família quer ver (glaciar, lagos, animais, etc).

1. Lago Sarmiento ***: uma trilha bem fácil, que tem algumas subidas e descidas em meio a colinas descampadas e alguns trechos de pedra. Chegamos bem perto de dois lagos, com curiosas formações calcáreas nas margens e muitas explicações sobre a formação da região durante a última era glacial. Uma ótima caminhada para começar suas explorações e decidir se a família toda está apta a encarar desafios mais difíceis ou não.


2. Cavalgada à Laguna Negra ***: também trata-se de uma das cavalgadas mais fáceis, ideal para você descobrir se gosta de cavalos e se está apto a encarar algo mais desafiador. Mesmo sendo muito fácil, é preciso atravessar pequenos córregos e encarar algumas subidas e descidas curtas. Ou seja, nada daquelas voltinhas planas pelo asfalto, montados num pangaré, a que a gente está acostumado nas cidades turísticas aqui do Brasil. Assim, se tiver alguém muito medroso na família, provavelmente não vai dar caldo! Nem é preciso dizer que as paisagens são deslumbrantes e os estábulos do Explora parecem saídos de um daqueles filmes sobre cavalos. Eles fornecem todo o equipamento (capacete e um tipo de polaina de couro para proteger as calças).



3. Caminhada à base das Torres del Paine *****: essa caminhada é a quintessência do parque, e foi o principal motivo pelo qual fomos até lá. Apesar de termos visto uma criança no trajeto, não é uma trilha fácil e não é recomendada para os pequenos. O desnível a ser vencido é bem grande (cerca de 600m), a duração total é de mais de 10 horas (entre trajeto de van, subida, piquenique e descida), e a trilha, apesar de não ser muito técnica, tem trechos de subida (obviamente) e algumas partes beirando precipícios. Portanto, é preciso ter preparo físico e bom equilíbrio para fazê-la. Mas vale cada segundo de sacrifício!
Subida íngreme até as Torres
O único jeito de você ficar frente a frente com as torres propriamente ditas é caminhando até a base. Olhando para as montanhas de longe, o que vemos em primeiro plano são os "Cuernos" (mais agudos e irregulares), e as torres estão sempre em segundo plano, lá no fundo. Com certeza está entre os lugares mais bonitos que já visitamos: ao se aproximar do final da subida, descortina-se à sua frente uma majestosa paisagem, com as imponentes e famosas torres de granito à direita, os "cuernos" à esquerda e um lindo lago azul bem no meio de tudo. O piquenique que o guia do Explora monta para o grupo almoçar é a cereja do bolo: um delicioso sanduíche de salmão acompanhado por mostarda francesa e algumas frutas. Se tiver pulmões para fazer essa trilha, não hesite!



4. Caminhada ao mirante dos "Cuernos" *****: enquanto os mais atléticos fazem a caminhada à base das Torres, os menos aventureiros podem fazer essa trilha e ficar frente a frente com as mesmas montanhas, só que, ao invés de estar bem no meio de tudo, estará do "lado de fora". A caminhada em si não é difícil, qualquer um com um pouco de disposição pode fazê-la. Depois de serpentear por caminhos bem demarcados, açoitado o tempo todo por ventos fortes, você chegará à beira de um lago. Do outro lado do lago, os Cuernos se erguem imponentes. Na volta, um atalho leva à cachoeira Salto Grande, que é muito bonita.
Os "Cuernos" del Paine.
Salto Grande

5. Cavalgada à Laguna Linda *****: as paisagens dessa cavalgada são mais íngremes e muito mais bonitas do que as da Laguna Negra. Quem não tem familiaridade nenhuma com cavalos terá um pouco de dificuldade em se manter equilibrado na sela com tanto sobe e desce. Mas não é necessário ser nenhum cavaleiro - nós somos totalmente iniciantes e conseguimos terminar a cavalgada sem grandes problemas. A vista é maravilhosa, o arquétipo da Patagônia: um lago azul, colinas ondulantes e, ao fundo, picos nevados.



6. Churrasco no Quincho*****: apesar do traslado de 1h de van, por estradas esburacadas e com muitas curvas (quem enjoa deve tomar cuidado), é um passeio que vale muito a pena. O churrasco não é servido todos os dias, então no primeiro dia, assim que chegar ao hotel, procure se informar sobre quando ele acontecerá. Dessa forma, você poderá programar seus dias para incluir o passeio. Vale a pena!


A comida é simples mas deliciosa: saladas, empanadas de milho e de carne, hot dogs assados na brasa, carne de boi e, a estrela do menu, cordeiro patagônico assado lentamente durante cerca de 3h. O ambiente é igualmente simples: um barracão circular com teto de zinco, chão de pedriscos e grandes mesas comunais ao redor. Ficar ao lado do fogo de chão num dia friozinho, depois de uma voltinha a cavalo, faz você sentir verdadeiramente o espírito da Patagônia - ainda que cercado por todos os luxos do Explora!


Antes ou depois do churrasco, você pode agendar uma caminhada ou uma cavalgada próximo ao quincho. Nós fizemos uma cavalgada de nível fácil, com vistas maravilhosas para o vale do riozinho próximo. Nada melhor para abrir o apetite!

O quincho e, ao fundo, as Torres.
Tecnicamente o quincho está fora do parque. Mas oferece uma das melhores vistas das Torres del Paine! E no caminho você tem o bônus de (literalmente) cruzar com várias manadas de guanacos. Muitos mais do que dentro do parque propriamente dito.



Depois desse relato, é desnecessário dizer que "ticamos" mais um destino da nossa lista em grande estilo. O parque nacional Torres del Paine superou nossas expectativas no quesito beleza das paisagens. E o fato de ter ficado no Explora, um hotel sem afetações, mas que oferece o melhor que você pode imaginar numa localização tão remota, fez toda a diferença na viagem. Um pouco caro, mas definitivamente vale quanto custa!



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